Prezados irmãos caraubenses: somos chamados à missão.
É a hora da graça do Senhor para nossa igreja de Caraúbas que se empenha em viver e testemunhar a “boa notícia”.
Cada batizado é chamado a responder ao mandato de Jesus: “Ide por todo mundo... estarei convosco todos os dias”.
A missão renova a Igreja, reforça a fé e a identidade cristã;
Dá-nos entusiasmos e fortes motivações. O evangelho na vida das pessoas torna-se caminho de vida e esperança e aponta Jesus Cristo que se encarna e vive no meio dos pobres, ao lado dos excluídos, falando a linguagem dos pequenos.
A espiritualidade missionária será assim ceiva que alimenta, sustenta e motiva interiormente a ação evangelizadora, dando perseverança no anúncio, esperança nas adversidades.
Fixando o olhar em Cristo, supremo Pastor e Missionário, havemos de segui-lo, caminhando com Ele, comungando com seus sentimentos e imitando suas virtudes.
Este ano o nosso festejo do Glorioso São Sebastião se propõe a refletir sobre a missão. Com o tema: São Sebastião nos convida a assumir nossa missão.
O documento de Aparecida diz: “A Igreja é chamada a repensar profundamente e a relançar em fidelidade e audácia sua missão nas novas circunstancias que vivemos.” É mais do que urgente, revitalizar nosso modo de ser católico e nossas opções pelo Senhor.
O documento continua: “Como discípulos de Jesus Cristo, sentimo-nos desafiados a discernir os sinais dos tempos, a luz do Espírito Santo, para nos colocar a serviço do Reino, anunciado por Jesus, que veio para que todos tenham vida em plenitude”.
Nestes últimos anos a igreja tem falado muito sobre a missão, que é a sua razão de ser. Praticamente em todas as Dioceses e Paróquias o assunto é o mesmo: Missão. Mas, será que apesar de tanta badalação, na vida e prática dos cristãos essa proposta pegou? Somos uma Igreja missionária como devemos? Sinto que apesar de todo esforço ainda não está claro para nossa gente o que seja missão. Parece que a Igreja fala uma coisa e nosso povo entende outra. Vejo que missão mesmo para nossa gente ainda está muito a desejar. O nosso festejo quer contribuir para um esclarecimento mais evidente, para um assumir consciente. Terminado o festejo se não houver uma mudança, uma transformação na vida de nossa gente e de nossas comunidades, então, será a prova cabal de que não estaremos entendendo com clareza o que é missão e que missão assumir.
O que é mesmo missão?
Com o objetivo de sanar as dúvidas procure esclarecer, tenho necessidade de que cada um entenda o sentido do termo.
Afirma o Decreto Ad gentes que a missão é a expressão do designo salvífico de Deus. É a manifestação pública da história da salvação.
A Teologia sempre ensinou que a missão teve início no mandato de Cristo: “Ide, anunciai o evangelho a toda criatura”. O decreto vai além: coloca a origem da missão na própria trindade. A missão da Igreja nasceu da missão do Filho e do Espírito, enviado pelo Pai ao mundo.
A missão começou no domingo de Páscoa, quando Maria Madalena e a outra Maria foram ao túmulo e o encontraram vazio. Logo, veio o anúncio querigmático que está, na origem da nossa fé, na origem do cristianismo, dos evangelhos e de todo novo testamento: “Ele ressuscitou”. A seguir, vem à missão: “Ide anunciar aos seus discípulos” (Mc 16, 17). Em Pentecostes, iniciou-se a missão que continua até hoje.
A missão é realizada em obediência ao mandato de Cristo e envolvida pela caridade e graça do Espírito Santo.
Vão e anunciem: o Reino de Deus está próximo. Parte-se em missão por causa das exigências do Reino: a prática da justiça, do amor e da misericórdia. Encarnando a sensibilidade de Jesus seremos levados a sentir as dores de seu povo. É na compaixão de Jesus, o Bom Pastor, que está a raiz da missão de discípulos e discípulas.
Dom Elder Câmara dizia que: “Missão é partir, caminhar, deixar tudo, sair de si, quebrar a crosta do egoísmo que nos fecha ao nosso eu. É parar de dar volta ao redor de nós mesmo como se fossemos o centro do mundo e da vida. É não se deixar bloquear pelos problemas do pequeno mundo a que pertencemos, a humanidade é maior. Missão é sempre partir, mas não demorar quilômetros, é abrir-se aos outros como irmãos, descobri-los e encontra-los. E se para encontra-los e ama-los é preciso atravessar os mares e voar lá nos céus, então missão é partir até os confins do mundo”.
Assim irmãos caraubenses, devotos e admiradores desse grande mártir São Sebastião, desejo em breve ao iniciarmos os festejos encontrar com todos vocês para convida-los a escutar o chamado da igreja, juntos responderemos com firmeza a proposta do festejo que é sem dúvida, transformar nossa paróquia, numa rede de comunidades em permanente missão. Essa é a nossa proposta, é aonde gostaríamos de chegar, se vamos alcançar é bom dizer que não depende só da minha boa vontade. Esperançoso, conto com todos vocês. Venham com disposição e boa vontade para acolher nossa proposta. Até lá, fiquem com minha benção sacerdotal: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Padre Francisco das Chagas Neto
Administrador Paroquial
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