Seja Dizimista!

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terça-feira, 3 de maio de 2011

Homilia

“Quem me vê, vê o Pai”

“Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta!” Esta foi a preocupação de Filipe no Evangelho de hoje e pode ser a de muitos diante de uma situação sem solução humanamente falando. Jesus, no quarto Evangelho, fala frequentemente da Sua relação com o Pai, da Sua união com Ele, pelo fato de ter sido enviado por Ele. Os discípulos, agora representados por Filipe, queriam algo mais: uma visão direta do Pai. E então, respondendo, Jesus Se lhes revela: “Eu estou no Pai e o Pai está em mim!” Sua essência com o Pai é a mesma. Ele é o eterno Filho de Deus. N’Ele, por Ele e para Ele, foram criadas todas as coisas.

Mas esse desejo estava em contradição com aquilo que já nos aparece no prólogo de João: A Deus jamais alguém o viu. O Filho Unigênito, que é Deus e está no seio do Pai, foi Ele quem o deu a conhecer (Jo 1,18). Mas os discípulos não souberam reconhecer na presença visível do seu Mestre as palavras e as obras do Pai porque, para ver o Pai no Filho, é preciso acreditar na união recíproca que existe entre ambos. Só pela fé se reconhece a mútua imanência entre Jesus e o Pai. Por isso, a única coisa que havemos de pedir é a fé, esperando confiantemente nesse dom. Jesus, ao apelar para a fé, apoia os Seus ensinamentos em duas razões: a Sua autoridade pessoal, tantas vezes experimentada pelos discípulos, e o testemunho das Suas obras.

A obra de Jesus, inaugurada pela Sua missão de revelador, é apenas um começo. Os discípulos hão de continuar a Sua missão de Salvação, farão obras iguais e mesmo superiores às Suas, como nos ensinam as Sagradas Escrituras. Jesus realmente quer dar coragem aos Seus e a todos os que hão de acreditar n’Ele, para que se tornem participantes convictos e decididos na própria missão.

Cristo falou muito do Pai. Filipe entusiasmou-se e pediu a Jesus que lhe mostrasse o Pai. Mas o Senhor respondeu-lhe: “Quem me vê, vê o Pai“. Filipe queria ver o Pai, mas não conseguiu vê-Lo em Jesus. Ao contemplar o Mestre permaneceu na realidade externa, não conseguindo atingir o interior, a sua realidade íntima, com o olhar penetrante da fé. O verbo «ver», para João, indica duas ordens de realidades: a do sinal visível e a da glória do Verbo.

“Eu estou no Pai e o Pai está em mim“. Jesus é a revelação do amor, de um amor generoso que quer espalhar-se sem limites, que não tem ciúme: “Quem crê em mim também fará as obras que Eu realizo; e fará obras maiores do que estas”.

Pai, que eu saiba reconhecer-Te na pessoa de Jesus, expressão consumada de Teu amor misericordioso por todos os que desejam estar perto de Ti.

Padre Bantu Mendonça

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