Seja Dizimista!

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quarta-feira, 2 de junho de 2010

Homilia

Toda a Bíblia é um testemunho do Deus da vida e amigo desta. A imortalidade é a máxima aspiração do ser humano. Por isso este não se resigna a morrer por completo. Se depois desta vida não houvesse nada, o homem sentir-se-ia intimamente frustrado; efetivamente, a vida humana seria uma “paixão inútil” e o homem um ser para nada, como afirmou o existencialismo niilista. Mas não é a morte que tem a última palavra, mas sim, a vida.
Já disse São Paulo: “Se o Cristo não ressuscitou, a vossa fé não tem sentido, continuais com os vossos pecados e os que morreram em Cristo perderam-se. Se a nossa esperança em Cristo acaba com esta vida, somos os mais infelizes dos homens. Mas não! Cristo ressuscitou de entre os mortos, o primeiro de todos”.
A certeza da nossa ressurreição radica em Cristo ressuscitado, ao qual nos incorporamos pelo batismo. Se Ele morreu para nos tornar filhos de Deus e dar-nos vida nova pelo Seu Espírito, esta vida não pode ser perecível, mas definitiva e eterna. Tal é a nossa fé: “Espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há de vir”.
Para o discípulo de Cristo a fé na vida eterna significa crer primeiro na vida presente, porque toda atitude de menosprezo ou rejeição desta [vida presente] questiona perante os outros a credibilidade daquela [vida eterna]. A atitude do próprio Jesus perante a vida presente e a futura há de deduzi-la da Sua encarnação na raça humana. Ao assumir plenamente a nossa natureza, valorizou tudo o que é humano e terreno na sua justa medida.
A vida tem valia em si mesma e nos seus valores humanos; por isso há que assumi-los e potenciá-los, como fez Jesus: valores como a verdade e a liberdade, a justiça e caridade, a saúde e o amor, a promoção do nível e qualidade de vida, a cultura e a realização do ser humano como pessoa, a solidariedade e a participação.
O batizado e crente em Cristo é pessoa de otimismo e alegre esperança porque ama a vida e os irmãos, pois tem em si a semente de eternidade. Mediante uma morte diária e contínua ao homem velho e pecador, não solidário, alcança a meta da libertação final, que é a vida em plenitude.
Se a nossa existência está unida a Cristo numa morte como a d’Ele, estará também unida numa ressurreição como a Sua. Por isso podemos cantar com o salmista: “Não hei de morrer; eu viverei para cantar as obras do Senhor” (Sal 118,17).

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