Humildade, nosso ‘passaporte’ para o Céu
Jesus anuncia a Sua morte como consequência de toda a Sua vida. Enquanto isso, Tiago e João sonham com poder e honrarias, suscitando discórdia e competição entre os outros discípulos, Cristo mostra que a única coisa importante para o discípulo é seguir o exemplo d’Ele: servir e não ser servido. Na nova sociedade que Jesus projeta, a autoridade não é exercício de poder, mas a qualificação para serviço, que se exprime na entrega de si mesmo para os outros e o bem comum.
Apesar do testemunho de Jesus Cristo, os discípulos estavam atrelados aos esquemas mundanos, mostrando-se pouco sensíveis aos ensinamentos do Mestre. O pedido dos filhos de Zebedeu foi uma prova disso.
Fazendo ouvido de mercador, quando Jesus revelou Seu destino de sofrimento e morte, estavam preocupados em garantir para si os melhores lugares no Reino a ser instaurado. Bem se vê que estavam longe de estar sintonizados com o Reino anunciado por Cristo, pois imaginavam um reino no qual os chefes se tornam tiranos e os grandes se tornam opressores, por estarem revestidos de autoridade.
No Reino almejado por Jesus Nazareno, a grandeza consiste em pôr-se a serviço do semelhante, de maneira despretensiosa, e o primeiro lugar será ocupado por quem se dispusera a assumir a condição de servo. A tirania cede lugar ao serviço, e a opressão transforma-se em amor eficaz em benefício do próximo. Bastava contemplar o modo de proceder do Mestre Jesus, que se autodenomina “Filho do Homem”. Jamais buscara ser servido, como se a Sua condição de enviado do Pai lhe desse este direito; tampouco teve a arrogância de se considerar superior a quem quer que seja. Manteve sempre a postura de servo, consciente da missão recebida do Pai, a ponto de entregar a própria vida para que toda a humanidade obtivesse salvação. Dera o exemplo no qual os discípulos deveriam inspirar-se.
Para Jesus, a autoridade e o primeiro lugar no Reino estão intimamente associados à capacidade de servir: “O maior de vocês deve ser aquele que serve” (Mt 23,11). Esta atitude fundamental do discípulo e da discípula configurará o quadro de carismas e ministérios, com a responsabilidade de atuar no mundo para transformar as realidades à luz da Palavra de Deus. Daí, algumas intuições que podem contribuir para compreender e assumir a missão da Igreja na ótica do serviço à organização e libertação de todo o povo de Deus.
Assim, eu e você somente respondemos fielmente à nossa vocação de servir, quando nos tornamos mulheres e homens em profunda sintonia e comunhão com o Deus da Vida, sem esquecer nem deixar à margem, na luta de cada dia, os pobres e excluídos (cf. At 6,1), que precisam e, por isso, devem ser servidos. Quantas vezes nos aproximamos de Jesus, e, sem discernimento, pedimos coisas que não têm sentido? Quantas coisas desnecessárias, e que julgamos ser essenciais, pedimos quando oramos? Por isso que, a todo instante, se faz necessário pedir auxílio ao Espírito Santo, para que Ele nos ensine a rezar. Até mesmo para orar necessitamos do auxílio e da misericórdia do Pai. Outro ponto forte desta passagem bíblica é o ensinamento de humildade que Jesus vem nos trazer.
Hoje, infelizmente, o mundo nos ensina que devemos sempre estar à frente, ser os melhores, ter o melhor emprego, receber o mais alto salário, enfim, devemos ter, ter e ter… Em meio a isso, devemos agir de forma contrária. Jesus nos chama a sermos os menores, a não contarmos vantagem do que temos ou de quem somos, porém, devemos agir de forma humilde, sempre procurando mais servir do que ser servido, amar mais do que ser amado, perdoar mais do que ser perdoado. Peçamos que o Senhor nos dê um coração manso e humilde. Que no dia de hoje passemos a valorizar as coisas do alto e não as coisas terrenas. Nossa meta é o céu. Fomos feitos para ser cidadãos do céu e o “passaporte” para lá é o amor e a humildade, por isso, humildemente e dobrados, devemos servir aos nossos irmãos e irmãs. Quem ama serve. E quem serve se faz pequeno diante dos homens e se torna grande diante do Senhor.
Que nosso coração possa se abrir mais e mais para amar a Deus no próximo. Jesus, manso e humilde de coração, fazei o meu coração semelhante ao Vosso! Pai, transforma-me em servidor de meus semelhantes, fazendo-me sempre pronto a doar minha vida para que o Teu amor chegue até eles.
Padre Bantu Mendonça
Apesar do testemunho de Jesus Cristo, os discípulos estavam atrelados aos esquemas mundanos, mostrando-se pouco sensíveis aos ensinamentos do Mestre. O pedido dos filhos de Zebedeu foi uma prova disso.
Fazendo ouvido de mercador, quando Jesus revelou Seu destino de sofrimento e morte, estavam preocupados em garantir para si os melhores lugares no Reino a ser instaurado. Bem se vê que estavam longe de estar sintonizados com o Reino anunciado por Cristo, pois imaginavam um reino no qual os chefes se tornam tiranos e os grandes se tornam opressores, por estarem revestidos de autoridade.
No Reino almejado por Jesus Nazareno, a grandeza consiste em pôr-se a serviço do semelhante, de maneira despretensiosa, e o primeiro lugar será ocupado por quem se dispusera a assumir a condição de servo. A tirania cede lugar ao serviço, e a opressão transforma-se em amor eficaz em benefício do próximo. Bastava contemplar o modo de proceder do Mestre Jesus, que se autodenomina “Filho do Homem”. Jamais buscara ser servido, como se a Sua condição de enviado do Pai lhe desse este direito; tampouco teve a arrogância de se considerar superior a quem quer que seja. Manteve sempre a postura de servo, consciente da missão recebida do Pai, a ponto de entregar a própria vida para que toda a humanidade obtivesse salvação. Dera o exemplo no qual os discípulos deveriam inspirar-se.
Para Jesus, a autoridade e o primeiro lugar no Reino estão intimamente associados à capacidade de servir: “O maior de vocês deve ser aquele que serve” (Mt 23,11). Esta atitude fundamental do discípulo e da discípula configurará o quadro de carismas e ministérios, com a responsabilidade de atuar no mundo para transformar as realidades à luz da Palavra de Deus. Daí, algumas intuições que podem contribuir para compreender e assumir a missão da Igreja na ótica do serviço à organização e libertação de todo o povo de Deus.
Assim, eu e você somente respondemos fielmente à nossa vocação de servir, quando nos tornamos mulheres e homens em profunda sintonia e comunhão com o Deus da Vida, sem esquecer nem deixar à margem, na luta de cada dia, os pobres e excluídos (cf. At 6,1), que precisam e, por isso, devem ser servidos. Quantas vezes nos aproximamos de Jesus, e, sem discernimento, pedimos coisas que não têm sentido? Quantas coisas desnecessárias, e que julgamos ser essenciais, pedimos quando oramos? Por isso que, a todo instante, se faz necessário pedir auxílio ao Espírito Santo, para que Ele nos ensine a rezar. Até mesmo para orar necessitamos do auxílio e da misericórdia do Pai. Outro ponto forte desta passagem bíblica é o ensinamento de humildade que Jesus vem nos trazer.
Hoje, infelizmente, o mundo nos ensina que devemos sempre estar à frente, ser os melhores, ter o melhor emprego, receber o mais alto salário, enfim, devemos ter, ter e ter… Em meio a isso, devemos agir de forma contrária. Jesus nos chama a sermos os menores, a não contarmos vantagem do que temos ou de quem somos, porém, devemos agir de forma humilde, sempre procurando mais servir do que ser servido, amar mais do que ser amado, perdoar mais do que ser perdoado. Peçamos que o Senhor nos dê um coração manso e humilde. Que no dia de hoje passemos a valorizar as coisas do alto e não as coisas terrenas. Nossa meta é o céu. Fomos feitos para ser cidadãos do céu e o “passaporte” para lá é o amor e a humildade, por isso, humildemente e dobrados, devemos servir aos nossos irmãos e irmãs. Quem ama serve. E quem serve se faz pequeno diante dos homens e se torna grande diante do Senhor.
Que nosso coração possa se abrir mais e mais para amar a Deus no próximo. Jesus, manso e humilde de coração, fazei o meu coração semelhante ao Vosso! Pai, transforma-me em servidor de meus semelhantes, fazendo-me sempre pronto a doar minha vida para que o Teu amor chegue até eles.
Padre Bantu Mendonça
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